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Programa de Mediação 2 - Espetáculo RECONTO DE FADAS, Grupo Teatral Remanescentes

Atualizado: 10 de jan.


O segundo Programa de Mediação, aconteceu exclusivamente com as docentes do Centro de Educação Infantil Emília Piske, na sede do CEI, no bairro Fortaleza, em três encontros: o primeiro, no dia 25/09, das 18h às 20h30; o segundo na apresentação, dia 30/09, em que familiares e crianças também puderam participar da fruição do espetáculo; e o terceiro e último encontro estava agendado para o dia 06/10/23, das 18h às 20h30, mas devido a enchente foi adiado para o dia 24/10/23.


A peça mediada na programação da TBT - Temporada Blumenauense de Teatro, foi o espetáculo Reconto de Fadas, do Grupo de Teatro Remanescentes. Uma peça em que as artistas utilizam-se da técnica de improvisação e ´constroem a dramaturgia de modo coletivo com a participação das espectadoras(es).



O espetáculo é voltado para para crianças, que além de participarem da construção dramatúrgica, colaboram na representação das cenas. Porém, as pessoas adultas também acabam se envolvendo na apresentação, o que torna o espetáculo uma grande criação coletiva com as/os espectadoras(es).




O grupo conduz tudo com muita propriedade e estimula a participação do público de maneira bastante envolvente, crianças que segundo as/os professoras/es são tidas como tímidas acabaram participando da encenação. A apresentação aconteceu em um sábado, em que o CEI estava realizando atividades abertas

à comunidade escolar, assim, além das professoras/es que estavam participando do Programa de Mediação, crianças e pais apreciaram a peça.


O dia da apresentação foi um momento muito rico para pensar nossas ações de mediação em relação a escola. Muitas vezes, as ações são destinadas apenas para as/os estudantes, dentro do horário de aula, mas engajar-se em eventos que acontecem fora deste período me pareceu um caminho fértil para envolver o teatro e a rede que a comunidade escolar cria, e despertar este interesse espontâneo das/os espectadoras/es pela fruição.



Ter o grupo fechado de professoras/es para realizar a mediação e contar com a participação espontânea das pessoas na apresentação, me possibilitou refletir sobre como precisamos movimentar ações que também desloquem a experiência estética do horário de aula e descolem está experiência da escola. A obrigatoriedade de ver o espetáculo muitas vezes pode afetar a recepção, deixando as/os espectadoras/res menos disponível para a fruição. O fato de ver teatro, apenas na escola, no horário de aula, pode vincular esta ação a uma atividade exclusivamente escolar, ou seja, a relação com arte teatral acaba quando a pessoa desliga-se da escola. Ter a família participando do evento com as crianças, propiciou que as docentes participantes do projeto para além das suas leituras do espetáculo, percebessem o quanto o evento teatral pode tecer momentos de muita conexão entre as pessoas participantes.


Muitas das questões experienciadas da mediação que antecedeu a apresentação puderam colaborar para esta percepção, pois aquele público já era conhecido pelas/os docentes, mas estavam envolvidos em uma nova configuração, em novo acontecimento. As/Os professoras/es também estavam trabalhando fora da rotina, o que me parece ir ao encontro do que a arte se propõe. Com isso, não quero negar os trabalhos artísticos que realizamos nas escolas, dentro da jornada oficial, mas chamar a atenção para a importância de promovermos de maneira concomitante e continua eventos extras, a fim de estimular a aproximação com a arte teatral de modo espontâneo.


Em eventos como este podemos identificar também os diferentes vetores que operam a mediação artístico-cultural de uma determinada comunidade. A dinâmica desses vetores compõem a relação de cada pessoa com a arte teatral. Assim, para além do projeto que propõe um Programa de Mediação com as/os docentes, podemos compreender a família, a escola enquanto instituição, as/os próprias professora/es, as artistas do espetáculo, a produção, como vetores nos processos de mediação.


São a partir das microações destes vetores que a nossa relação com a arte teatral se constitui. Quando o contexto sociocultural não propicia políticas públicas que deem condições para a produção e difusão das ações artísticas; quando a gestão escolar não incentiva o convívio com a arte; quando as/os professores/os desqualificarem as experiências estéticas; quando a família não tem acesso aos bens culturais; isso implica na constituição das percepções das/os espectadoras/es em relação ao espetáculo e frente ao mundo.


Desta maneira, considero o Programa de Mediação 2, em parceria com o CEI Emília Piske, uma das melhores estruturas de Programa experimentado nesta pesquisa. Para saber sobre as bases conceituais das práticas de medição realizadas com o grupo de docentes, acesse o texto introdutório da pesquisa em: https://www.articulandoplateiadeteatro.com/feed-de-posts.




Espetáculo:  “Reconto de Fadas”

Grupo: Grupo de Teatro Remanescentes

Sinopse: Uma vez sete anões que moravam na lua. Certa vez, uma menina com asas chegou e...Espera aí, na lua? A história dos sete anões é na lua? E Porque Não Pode Ser? E se a história da Chapeuzinho Vermelho não aconteceu na floresta? E se as casas dos três porquinhos não fossem de palha, madeira e tijolos? No espetáculo Conto De Fadas, as crianças e os atores brincam de recontar as histórias clássicas de um jeito muito diferente e divertido. Através da improvisação, os atores mexem com a estrutura das histórias, estimulando a criatividade das crianças e dando uma nova cara a esses clássicos conhecidos.

Mais informações sobre o espetáculo clique aqui

Registro Fotográfico:  Sabrina Marthendal



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